TEMPO Nº21 - MARIA CALLAS (1)

“[...] if its to be but one Traviata in your collection, it must be the Callas.”
Alan Blyth, Gramophone, 11/1987 [A propósito da edição da EMI EX291315-3]

“[...] O sucesso da transmissão motivou esta edição que procurámos efectuar respeitando a fonte sonora original e os parâmetros acústicos da sala do Teatro de São Carlos.”

In pág. 10 do livro de 89 páginas que acompanha a edição da RDP com o número SPA: RDP 02/03 CD

Aos 27 e 30 dias do mês de Março do ano de 1958, se porventura os meus caros estavam por Lisboa, com mais de 18 (?) anos e não foram ao S. Carlos, manda a cabeça, o coração, o estômago, a alma e sei lá que mais que vos diga que não sabem o que perderam!
Porquê? Está à vista. A diva, a divina, esteve cá! E esteve de tal maneira que ainda hoje, volvidos que são mais de 50 anos, a interpetação que Maria Callas de seu nome levou à cena, continua a ser uma das referências para a La Traviata do Verdi, com libreto de Francesco Maria Piave baseado no livro A dama das camélias de Alexandre Dumas. Para os especialistas... a Lisbon Traviata, como é conhecida no meio internacional.


Para o caso em apreço só a partir dos anos 80 se começou a conhecer no mundo a versão da Traviata do São Carlos, por edição da EMI, actualmente no mercado com o nº de catálogo 7243 556330 2 6. A edição em questão desde cedo que se constituiu como uma referência artística de qualidade inegável no mundo dos... dos tais, dos melómanos, bem entendido. A razão é simples, a interpretação de Callas no papel de Violeta e de Alfredo Kraus no de Alfredo são de uma excelência tal que não há ruído de fundo próprio de algumas das gravações da época que os melómanos ouçam.

Em 25 de Setembro de 1997 a Antena 2 transmitiu a ópera em apreço integralmente, a partir de fontes sonoras próprias, seguindo-se-lhe em 2000 a edição de uma caixa de cartão de excelente apresentação com dois CDs e um livro formato 14,3 x 12,4 cm contendo o libreto em italiano e português, notas explanatórias e um conjunto inédito de fotografias da diva por terras de Lisboa. Ou seja, coisa de coleccionadores, melómanos e quejandos que tais. O editor é a RDP, tendo o nº de catálogo SPA: RDP 02/03 CD e 2000 exemplares de tiragem, esgotados em pouco tempo.
De momento, para adquirir a caixinha mágica a única solução são os leilões... se a conseguirem encontrar!
Para além das edições referidas há mais Traviatas pela Callas que são uma boa escolha. São várias noutros locais e datas, com as inevitáveis vicissitudes de captação de som da época (existem gravações de várias das 63 vezes em que Callas terá interpretado a Traviata).

Conclusão
Para coleccionadores e Callas-dependentes - As duas edições em epígrafe não são iguais, logo, a solução é adquirir ambas, noblesse oblige. Ou seja; quem tem uma não tem nenhuma! (1)

(1) – Uma busca simples pela internet revela-nos algumas surpresas... para além das duas edições da Traviata de Lisboa em epígrafe parece existirem mais, pela Carillon, pela Pearl, pela Myto, pela Movimento Musica(?)... ou seja, mais despesas, se se conseguirem encontrar todas, o que não parece ser fácil.

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