"Lorsque Dieu entreprit d’ordonner le tout, au début, le feu, l’eau, la terre et l’air portaient des traces de leur propre nature [...] C’est dans cet état qu’il les prit, et il commença par leur donner une configuration distincte au moyen des idées et des nombres. Qu’il les ait tirés de leur désordre pour les assembler de la manière la plus belle et la meilleure possible [...]"
Platon, Timée, 52c-53c [Negrito meu]
"Tanta água! Tanta água!
Mas, à escala cósmica, a água é mais rara do que o ouro. [...]
Aproveitemos este momento para saudar o aparecimento da água na Terra."
Hubert Reeves, Um pouco mais de azul, 1981. [Gradiva, 2ª ed., 1984:99-100].
Évora. Praça Joaquim António de Aguiar. 2007.
Ao fundo Teatro Garcia de Resende.
A água tem valores que não são de hoje nem de ontem. São de sempre. Sabêmo-lo há muito, da religião, da filosofia, da biologia, da química, da arquitectura, do urbanismo... i.e., das ideias, conteúdos, funções e formas com que organizamos a vida e os espaços onde ela se passa.
Se a vida organizada ocorre em espaços públicos e privados, mister se torna que os mesmos reflictam e contenham estes saberes. O conhecimento acumulado até hoje, até às ciências sociais, até à ciência química dos elementos, permite-nos legitimar o desejo de novos e velhos modelos de organização do espaço construído. De facto a utilização da água nos espaços públicos é velha, velha de muitos anos, nos chafarizes, repuxos, quedas, cursos e percursos, aquedutos, tanques, cascatas, levadas, piscinas, lagos, termas... ou seja, desenhar a cidade utilizando a água é usá-la como elemento definidor de planos, do acentuar escultórico, da orientação de percursos... aumentando por conseguinte a qualidade arquitectónica e ambiental dos espaços.
Évora, Praça de Sertório, 2007
Mas, à escala cósmica, a água é mais rara do que o ouro. [...]
Aproveitemos este momento para saudar o aparecimento da água na Terra."
Hubert Reeves, Um pouco mais de azul, 1981. [Gradiva, 2ª ed., 1984:99-100].
Évora. Praça Joaquim António de Aguiar. 2007.
Ao fundo Teatro Garcia de Resende.
A água tem valores que não são de hoje nem de ontem. São de sempre. Sabêmo-lo há muito, da religião, da filosofia, da biologia, da química, da arquitectura, do urbanismo... i.e., das ideias, conteúdos, funções e formas com que organizamos a vida e os espaços onde ela se passa.
Se a vida organizada ocorre em espaços públicos e privados, mister se torna que os mesmos reflictam e contenham estes saberes. O conhecimento acumulado até hoje, até às ciências sociais, até à ciência química dos elementos, permite-nos legitimar o desejo de novos e velhos modelos de organização do espaço construído. De facto a utilização da água nos espaços públicos é velha, velha de muitos anos, nos chafarizes, repuxos, quedas, cursos e percursos, aquedutos, tanques, cascatas, levadas, piscinas, lagos, termas... ou seja, desenhar a cidade utilizando a água é usá-la como elemento definidor de planos, do acentuar escultórico, da orientação de percursos... aumentando por conseguinte a qualidade arquitectónica e ambiental dos espaços.
Évora, Praça de Sertório, 2007
A àgua, bem tão precioso, por essencial à vida e tão raro. Pensemos nas nossas sociedades desenvolvidas: repuxos( privados e públicos) e rotundas - tanto desperdício!! . Olhemos agora para África, para o Médio Oriente, onde a luta pela água tem conduzido a conflitos seculares....Ainda lhe podemos chamar organização estética?? Chamar-lhe-ia irresponsabilidade social, insulto global.... só muda a perspectiva, não é?
ResponderEliminarAcácio
ResponderEliminarHá gentinha que tem este condão: consegue, ao comentar um post, acertar, invariavelmente, ao lado. Nunca a perdigota do comentário bate com a bota do post.
E dizem coisas indecifráveis. Reparemos naquele primeiro período : "A àgua, bem tão precioso, por essencial à vida e tão raro."
Que pensar?
1.Quereria o anónimo dizer: "A água, bem tão precioso, por essencial à vida, é tão raro."
2.Saberia o anónimo o que queria dizer?
Compreendo a razão pela qual não respondeste. O que eu nunca conseguirei compreender é por que razão estes anónimos não vêem, logo, que o post não era para eles e que este blogue não é para eles.
Continua, meu caro.
Ivone Mendes
Compreendo o texto original, como concordo com o comentário anterior ao meu. As fontes, aquários, fontanários, planos de água, repuxos e outros que tais do antigamente, pouco ou nada têm a ver com os actuais. Hoje, quase tudo corre em circuito fechado, com o mínimo dispêndio do precioso líquido. Falar de jardins, laguinhos e piscinas aos desgraçados que esperam horas para encher uma garrafa para matar a sede, pode ser insultuoso. Mas a sociedade não é justa. Serei um utópico, mas não me parece que que se deva acabar com as fontes e os repuxos para que outros tenham mais água, mas aproveitar melhor a existente, para que todos possam ter fontes, lagos e piscinas...
ResponderEliminar