TEMPO Nº19 - FOTOGRAFIAS DE PARIS (2)


Paris, Tour Eiffel, 1887-1889
“[...] toda a cultura é vista como um sistema de sistemas de signos em que o significado de um significante se torna por sua vez significante de um outro significado, ou até significante do próprio significado [...]"
Umberto Eco, O signo, 1973 [Editorial Presença, SD:222]


Paris é para sempre, diz-se. E quem o diz normalmente tem na memória visual os contornos da Torre Eiffel recortados no horizonte. Mesmo que nunca tenha ido a Paris já lá foi. A Torre Eiffel é a prova provada disso mesmo.
O que nem todos os viajantes de imaginários têm sempre presente é que a Tour foi polémica q.b. no seu tempo. E foi-o de tal maneira que conseguiu juntar do mesmo lado da oposição nomes muitos da sociedade pensante parisiense de então – escritores, pintores, escultores, arquitectos, apaixonados amantes da beleza, Émile Zola escritor, Guy Maupassant escritor, Charles Gounod músico, Charles Garnier arquitecto... muitos foram os que assinaram a carta aberta ao comissário da Exposição Universal de 1889. O protesto é fácil de perceber, numa época em que os monumentos de ferro não ofereciam a mesma dignidade simbólica que a clássica pedra, a que se juntou o receio do colapso estrutural e da falta de segurança.

Conclusão
O tempo, esse grande mestre, fez o resto. Ou seja, as formas parece terem esse condão de tanto darem significado às ideias como de se tornarem elas próprias significantes do próprio significado, Eco dixit...

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