TEMPO Nº2 - TEMPO DE VOYAGES... TEMPO DES DAMES... E O QUE MAIS SE VERÁ...


"Parti então, com muita alegria, para a minha appetecida romagem ás Cidades da Europa.
Ia viajar!... Viajei. Trinta e quatro vezes, á pressa, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz a mala."
Eça de Queirós, A cidade e as serras, 1901


Karl Baedeker é um daqueles nomes ao lado dos quais dificilmente se passará, por muito tempo.
Ainda hoje é imagem de marca e uma referência incontornável, para viajantes no espaço e no tempo, para os que gostam de ambientes descritos em primeira mão... bem como para outros incontornáveis desígnios.
Quem é, quem foi Karl Baedeker? Pois bem, nada mais nada menos do que um dos grandes viajantes pelo imaginário bem real, pelo território do sonho, bem real... pelas europas de então ( e não só), nado em 1801 e fundador do que são os famosos guias Baedeker. A viagem pelo sonho, sem fronteiras, pelo espaço da vida europeia (e não só), tão artística quanto inevitavelmente interessante, é/foi o espaço onde Baedeker projectou e realizou o que sonhou, sentia e queria.

A quem porventura se interesse por estes assuntos dos guias e da literatura de viagens - e para além de Baedeker em alemão, francês e inglês retenham-se pelo menos os nome de Adolphe Joanne/Guides Bleus/Hachette e de John Murray - podem sempre começar por um dos Bê À Bás, que é como quem diz, por algo do tipo das seguintes páginas, da literatura de viagens... dos inventários bibliográficos, da literatura descritiva de gentes, paisagens, edifícios, praças, ruas, cidades, modos de ser e estar... de estéticas a bem dizer, também com passagem por Portugal, bem, mas isso são contos doutras histórias.
http://www.crlv.org/swm/Page_Conference.php?P1=247
http://bdkr.com/index.php

Em 1910, na 9ª edição do Manuel du voyageur Le Sud-Est de la France, com edição simultânea em Leipzig e Paris, dá-nos o guia Baedeker em apreço, sob forma pragmática à época mas denotativa hoje, uma pérola da literatura do género e das mentalidades da época. A saber:
"Les dames qui voyagent en touristes, c'est-à-dire plus pour voir que pour être vues..." cf. pág. XIII.



Et voilà!

Conclusão
1 - O sonho, le voyage, desta feita em 1900s e seguintes, o imaginário, as paisagens urbanas a visitar enquanto sinónimo de elevação dos espíritos, como soe dizer-se, as mentalidades... parecem andar de mãos dadas, pelos tempos.
2 - Estas formas de ser, estar, adquirem-se, ensinam-se, transmitem-se...

1 comentário:

  1. Não assisti à estreia (para "convidados mais íntimos"...?), mas lá do galinheiro pude hoje usufruir um pouco (ou tudo...) o que a plebe tem direito. Para já está adicionado nos Marcadores (eu cá uso o Mozilla). Espero em breve adquirir a assinatura.

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